Recapitulando, até o presente momento, eu falei de duas
possíveis causas determinantes para que ocorram alterações no perfil sexual do
indivíduo, e são elas, à saber: a orientação externa e a orientação cerebral.
Agora eu vou entrar no tema abordado propriamente dito, eu vou falar sobre a
atração física. E para tanto, vou usar uma terceira barra, onde em um extremo
nós temos os indivíduos heterossexuais, e na extremidade oposta, nós temos os
indivíduos homossexuais:
É praticamente impossível discutir a origem exata da
homossexualidade de um determinado indivíduo, o máximo que se pode fazer é
levantar hipóteses, como as que aqui foram apresentadas, sobre o tema; porém,
muito se tem discutido sobre um chamado “gene gay” –– porém, nada há-de se
dizer, visto que, mesmo que exista este gene, ele não seria um determinante
para que um indivíduo seja homossexual, da mesma forma que ter um gene Y não
determina que um indivíduo seja do sexo masculino, só vai denunciar que ele não
será do sexo feminino 100%. O fato é que é com quase absoluta certeza que se
diz que a homossexualidade, assim como a orientação cerebral, é determinada por
hormônios ainda no período gestacional. Há ainda artigos que sugerem que um
alto nível de stress durante a gravidez pode gerar alterações na produção
hormonal que gerariam modificações na orientação sexual do feto. De um ponto de
vista evolucionista, é possível que, caso este gene exista, ele, além de
estimular a homossexualidade do indivíduo, gere o aumento da fertilidade, ainda
que, em alguns casos, gere um indivíduo homossexual.
Mas, antes de tudo, vamos definir o que é um homossexual: um
homossexual é o indivíduo que sente atração física APENAS por outros indivíduos
do mesmo sexo. Isso não quer dizer que um heterossexual não sinta prazer no
ânus por exemplo: o local em que se sente prazer não diz absolutamente nada
sobre sua orientação sexual, diz apenas os locais do seu corpo que lhe
favorecem prazer, NADA ALÉM DISSO. Portanto, homens com mais de 40-50 anos que
estão me lendo: façam o exame de próstata, isso não vai fazer de você um gay,
mesmo que você sinta prazer com isso. O que faz uma pessoa ser heterossexual ou
homossexual é o “objeto” de desejo sexual que ela tem.
Exatamente no meio do “caminho” entre um homossexual e um
heterossexual, encontra-se o bissexual irrestrito, aquele que sente atração física
por pessoas de qualquer gênero.
À medida que se caminha para o lado heterossexual, encontram-se
pessoas que, possivelmente, podem se relacionar com pessoas do mesmo sexo, mas
tendem a se relacionar com pessoas do sexo oposto; por exemplo, aquela moça que
tem namorado mas que sai com outras moças em algum momento da vida, aquele
homem que é casado e pai de família mas sai com travestis, etc.
E à medida que se caminha para o lado homossexual, encontram-se
pessoas que podem até se relacionar com pessoas do sexo oposto, mas têm
preferência por pessoas do mesmo sexo: aquela moça que até sai com homens mas é
apaixonada pela amiga, o amigo gay da sua namorada que acaba ficando com ela de
vez em quando, o gay que tem filhos biológicos, etc.
O mais importante, é que o verdadeiro homossexual e o verdadeiro
heterossexual encontram-se apenas nas extremidades da barra, todo o resto são
apenas níveis diferentes de bissexualidade. Pode-se até observar
características secundárias do sexo oposto em um homossexual estrito, como
pouca barba em caso de homens, e voz grossa no caso de mulheres.
Agora, EM MINHA OPINIÃO (é bom frisar que o que se segue não é
baseado em nenhum estudo quanti ou qualitativo), assim como a maior parte da
barra acima apresenta níveis diferentes de bissexualidade, a maior parte da
população mundial também deve estar. Mas nenhum pesquisador nunca vai poder
saber, porque a sociedade obriga as pessoas a fazerem uma escolha. E os únicos
indivíduos quem têm condições de fazer essa escolha, são os bissexuais, ainda
que eles não tenham escolhido ser bissexuais, eles podem escolher com qual
gênero irá manter um relacionamento, visto que sente atração sexual por ambos
os sexos. E assim como as sanguessugas e os peixes conseguem mudar de sexo
dependendo do estágio da vida em que se encontram, um bissexual também pode.
Por exemplo, um homem que até os trinta anos só se interessava por outros
homens passa a gostar de mulheres, ou uma mulher que depois de se separar do
marido vira lésbica. Assim, a nossa sociedade obriga as pessoas a sublimarem um
lado de sua bissexualidade, em nome da moral e dos bons costumes.
Mas os homossexuais não têm escolha. Os homossexuais sofrem pela
não aceitação pela sociedade, que só se agrava quando, por exemplo, alguém
inicia uma história patética sobre a “cura gay”. Na verdade, não existe uma
cura para a homossexualidade, visto que esta não é uma doença. O máximo que
pode ser feito é: ou um bissexual quase gay ser obrigado a estimular o seu lado
hetero, ou condenar um homossexual à falta de sexo pelo resto da vida,
provocando traumas psicológicos que arruinarão ainda mais a vida desse
homossexual.
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