O Novo Papa: Jorge Mario Bergoglio, vulgo Chicão.
E o acontecimento da semana
deixou para traz a morte do Cháves, do Chorão e o cara da sopa: a escolha do
papa. Desde as primeiras horas da manhã já havia tensão no ar, se embolando com
a fumaça preta que insistia em sair da chaminé do Vaticano. Por duas vezes, se
não estou enganado, deu fumaça preta na chaminé e traços de asma na multidão –
todos atentos, parados, armados debaixo do sol. E por duas vezes eu me
perguntei se era realmente a Divina Providência quem ajudava na decisão de quem
seria o novo Pontífice – ora, se deus é um só e se ele estava ajudando, não
deveria haver nenhum “empate” na votação...
Fumaça preta, preta, branca.
BRANCA!! Olha ai o racismo: branco é bom, preto é ruim? Aqui não amizade! Xô
daqui racismo! Um fiozinho de fumaça precedeu uma nuvem de fumo subindo aos
céus e alegrando a todos – habemuns papam? Dez minutos, vinte minutos, meia
hora – uma hora e nada do papa. De repente a cortina se movimenta e sai um
homem que mal e mal aguentava falar: anunciou H-A-B-E-M-U-N-S P-A-P-A-M: um fio de voz; e graças a deus
havia ali caixas de som demasiado potentes. Explosão. Ovação. Delírio coletivo.
Saraivada de gritos. Saraivada de palmas. Saraivada de qualquer ruído. Mais uma
vida inteira esperando o novo papa. Ah, e antes que nos esqueçamos: Argentina
na cabeça! Justo agora que queria gritar: chupa Argentina!! Falhou... Maradona?
Não, não: um argentino humilde, anda de metro, tem amizade com pistoleiros da
época da ditadura. Mas, comparando com o anterior, Ratzinger, o Darth Vader do
Vaticano – este cara não era tão má escolha assim.
Preconceito no Vaticano
Mais demora. Suor. O céu
escureceu. E a profecia? Cadê que disseram que seria um papa negro? quede o
anticristo, minha gente? Falhou! Profecia Fail!!! Súbito. Coração aos pulos. A cortina
balançou e de lá de dentro 700 pessoas saíram armadas com a arma de maior
destruição em massa – e não era a bomba atômica – eis que saíam dali aqueles 700
homens fortemente armados com o Cristianismo nos bolsos e o Cristo nas mãos. O papa
apareceu – mirrado, barrigudo, tranquilo, fala mansa – quase mineiro o sujeito.
Agradeci: ao menos agora teria quem cozinhasse para o novo Pontífice, e metrô
nunca mais!!! Ah, a humildade dos poderosos é humilhante ao resto das pessoas.
Agora na missa ao invés de canto
gregoriano, um tango argentino – la cumparcita. E é agora que o Maradona vira santo
hein! E já sabe: quem tem Boca vai a Roma – e falar mal de los hermanos nunca
más – é pecado, inferno na certa! E aproveitando a deixa, seguindo a indicação
do Tomishiyo: Feliciano para os direitos humanos? Maggi para o meio ambiente? Dawkins para papa – habemuns papam, habemuns
Dawkins! Já tinha até feito um cartaz aqui: Dawkins para papa! Fail de novo: é
Chico o nome do sujeito. Chico Buarque de Hollanda? Não! Chico Xavier? Menos! Francisco
I: respeito, por favor. De qualquer maneira, o Vaticano tá de Chico agora!
E se o papa é argentino, Deus
continua sendo brasileiro.
Dawkins para Papa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário