Desde
o princípio, é primordial frisar bem o fato de que eu não sou homossexual, apenas luto pelos direitos dos
homossexuais, assim como lutaria pelos direitos dos índios, dos japoneses, dos
cristãos, dos muçulmanos, dos negros, dos brancos, dos amarelos ou de qualquer
outro grupo social, seja ele de ordem étnica, ideológica, religiosa, racial, ad
infinitum.
O
que me leva a escrever sobre isso, é o artigo intitulado “Parada Gay, Cabra e Espinafre” do (pseudo) jornalista J. R. Guzzo,
que saiu na Veja à 14 de novembro de 2012. Muito bem, não é de hoje que as
pessoas mais “esclarecidas” da sociedade sabem que na Veja não se pode confiar.
A questão é: e quanto ao resto?, e quanto à população “não esclarecida”?
Seguirá o fluxo de informações propagadas pela Veja e terá realmente sua
opinião formada por artigos como o do Sr. Guzzo? Bem, provavelmente sim, desde
que saiba diferenciar o joio do trigo e tenha o mínimo de senso crítico antes
de ser alienada por tanta babaquice. O problema é que algumas pessoas poderão
sim valer-se das palavras incrivelmente ridículas escritas no artigo.
Vale ainda ressaltar que fiquei sabendo disso à pouco e não tive tempo de fazer um texto mais satisfatório. Pretendo sim, fazer mais textos sobre o tema. As partes destacadas foram as que eu encontrei em uma primeira e superficial leitura do artigo.
Enfim,
eu vou colocar o artigo todo abaixo em vermelho e
vou comentar em preto. Segue transcrição de artigo do J. R. Guzzo, publicado na
Revista Veja, no dia 14 de novembro de 2012.
Já deveria ter ficado para trás no Brasil a época em que ser homossexual
era um problema. Não é mais o problema que era, com certeza, mas a verdade é
que todo esforço feito há anos para reduzir o homossexualismo a sua verdadeira
natureza – uma questão estritamente pessoal – não vem tendo o sucesso esperado.
Na vida política, e só para ficar num caso recente, a rejeição ao
homossexualismo pela maioria do eleitorado continua sendo considerada um valor
decisivo nas campanhas eleitorais. Ainda agora, na eleição municipal de São
Paulo, houve muito ruído em torno do infeliz “kit gay” que o Ministério da
Educação inventou e logo desinventou, tempos atrás, para sugerir aos
estudantes que a atração afetiva por pessoas do mesmo sexo é a coisa mais
natural do mundo. (Muito bem:
atentemo-nos para o período grifado – “sugerir aos estudantes que a atração
afetiva por pessoas do mesmo sexo é a coisa mais natural do mundo” –. Bem, Sr. “jornalista”,
creio ter de informar que, a relação sexual entre membros do mesmo sexo é sim
algo natural, o que não é natural é uma coisa chamada preconceito, mas, enfim. Ela pode até não ser comum, mas é totalmente natural.
Quer um exemplo de como o homossexualismo é algo natural? O homossexualismo é
encontrado em mais de 20 espécies além da humana, incluindo-se ai os primatas,
os golfinhos, cachorros, leões, crocodilos, tartarugas, jabutis, ad infinitum,
mas isso é assunto para outra hora).
Não deu certo, no
caso, porque o ex-ministro Fernando Haddad, o homem associado ao “kit”, acabou
ganhando – assim como não tinha dado certo na eleição anterior, quando a
candidata Marta Suplicy (curiosamente, uma das campeãs da “causa gay” no país)
fez insinuações agressivas quanto à masculinidade do seu adversário Gilberto
Kassab e foi derrotada por ele. Mas aí é que está: apesar de sua aparente
ineficácia como caça-votos, dizer que alguém é gay, ou apenas pró-gay, ainda é
uma “acusação”. Pode equivaler a um insulto grave – e provocar uma denúncia por
injúria, crime previsto no artigo 140 do Código Penal Brasileiro. Nos cultos
religiosos, o homossexualismo continua sendo denunciado como infração
gravíssima. (Que me corrijam os
adeptos, mas até onde sei, em cultos afro-brasileiros, por exemplo, a homossexualidade não é “uma infração gravíssima”, e além disso, vale lembrar de
que o Estado Brasileiro é Laico, isso quer dizer que o que a Religião prega ou
deixa de pregar não significa nada diante da Lei) Para a maioria das famílias brasileiras, ter filhos
ou filhas gay é um desastre – não do tamanho que já foi, mas um drama do mesmo
jeito.
Por que o empenho para eliminar a antipatia social em torno do homossexualismo rateia tanto assim? (Pelo mesmo fato de que a luta contra o racismo é algo passível de receber uma punição Legal) O mais provável é que esteja sendo aplicada aqui a Lei das Consequências Indesejadas, segundo as quais ações feitas em busca de um determinado produzido podem produzir resultados que ninguém queria obter, nem imaginava que pudessem ser obtidos. É a velha história do Projeto Apollo. Foi feito para levar o homem à Lua; acabou levando à descoberta da frigideira Tefal. (Na verdade o Tefal - Teflon+Alumínio - foi descoberto muito antes, na França, se não me engano em 1956.) A Lei das Consequências Indesejadas pode ser do bem ou do mal. É do bem quando os tais resultados que ninguém esperava são coisas boas, como aconteceu no Projeto Apollo: (Um péssimo exmplo, visto que não condiz com a realidade) o objetivo de colocar o homem na Lua foi alcançado – e ainda rendeu uma bela frigideira, além de conduzir a um monte de outras invenções provavelmente mais úteis que a própria viagem até lá. É do mal quando os efeitos não previstos são o contrário daquilo que se pretendia obter. No caso das atuais cruzadas em favor do estilo de vida gay, parece estar acontecendo mais o mal do que o bem. Em vez de gerar a paz, todo esse movimento ajuda a manter viva a animosidade; divide, quando deveria unir. O kit gay, por exemplo, pretendia ser um convite à harmonia – mas acabou ficando com toda a cara de ser um incentivo ao homossexualismo (bem, eu aprendi sobre a cultura indígena na escola, e nem por isso eu me tornei um índio. Assim como se aprende sobre o nazismo e nem por isso os estudantes, que são muitos, formam grupos nazistas), e só gerou reprovação. O fato é que, de tanto insistirem que os homossexuais devem ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos, ou como uma espécie ameaçada, a ser protegida por uma coleção cada vez maior de leis (Na verdade, tudo o que os homossexuais querem é poder sair na rua sem ser discriminado. É não ter o risco de perder o emprego – e eu conheço casos – pelo simples fato de serem gays. Eles lutam por ter o mesmo direito que todo heterossexual tem de sair de mãos dadas na rua sem levar uma pedrada ou uma paulada por isso), os patronos da causa gay tropeçam frequentemente na lógica – e se afastam, com isso, do seu objetivo central.
O primeiro problema sério quando se fala em “comunidade gay”é que a “comunidade gay” não existe – e também não existem, em consequência, o “movimento gay” ou suas lideranças. Como o restante da humanidade, os homossexuais, antes de qualquer outra coisa, são indivíduos. Têm opiniões, valores e personalidades diferentes. Adotam posições opostas em política, religião ou questões éticas. Votam em candidatos que se opõem. Podem ser a favor ou contra a pena de morte, as pesquisas com células-tronco ou a legalização do suicídio assistido. Aprovam ou desaprovam greves, o voto obrigatório ou o novo Código Florestal – e por aí se vai. Então por que, sendo tão distintos entre si próprios, deveriam ser tratados como um bloco só? (Se fossemos seguir à risca o que este sujeito diz, não haveria a comunidade negra, a comunidade judaica, a comunidade indígena ou a comunidade cristã, ou qualquer outra, pelo simples fato de que os integrantes dessas sociedades são indivíduos diferentes entre si, não podendo assim ser agregados, já que, por um pensar diferente do outro, não se pode viver em harmonia, não é mesmo?) Na verdade, a única coisa que têm em comum são suas preferências sexuais – mas isso não é suficiente para transformá-los num conjunto isolado da sociedade (assim como ser índio ou judeu não o faz parecido com os outros índios e judeus, porque vocês só tem esse substantivo em comum), da mesma forma como não vem ao caso falar em “comunidade heterossexual” para agrupar os indivíduos que preferem se unir a pessoas do sexo oposto. A tendência a olharem para si mesmos como uma classe à parte, na verdade, vai na direção exatamente oposta à sua principal aspiração – a de serem cidadãos idênticos a todos os demais.
Outra tentativa de considerar os gays como um grupo de pessoas especiais é a postura de seus porta-vozes quanto ao problema da violência. Imaginam-se mais vitimados pelo crime do que o resto da população: já se ouviu falar em “holocausto” para descrever a situação. Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas num país onde se cometem 50000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays: é a violência contra todos. Os homossexuais são vítimas de arrastões em prédios de apartamentos, sofrem sequestros-relâmpago, são assaltados nas ruas e podem ser mortos com um tiro na cabeça se fizerem gesto errado na hora do assalto – exatamente como ocorre a cada dia com os heterossexuais: o drama real, para todos, está no fato de viverem no Brasil. (Este argumento até faria algum sentido, se não fosse o caso de 300 pessoas mortas pelo simples fato de serem gays ter acontecido. 300 é um número bastante razoável de mortos, não é?) E as agressões gratuitas praticadas contra gays? Não há o sinal de que a imensa maioria da população aprove, e muito menos cometa, esses crimes: são fruto exclusivo da ação de delinquentes, não da sociedade brasileira (delinquentes esses que vêm de Bangladesh, de Madri, de Paris, de Berlim, etc).
Não há proveito algum para os homossexuais, igualmente, na facilidade cada vez maior com que se utiliza a palavra “homofobia”; em vez de significar apenas a raiva maligna diante do homossexualismo, como deveria, passou a designar com frequência tudo o que não agrada a entidades ou militantes da “causa gay”. Ainda no mês de junho, na última Parada Gay de São Paulo, os organizadores disseram que “4 milhões” de pessoas tinham participado da marcha – já o instituto de pesquisas Datafolha, utilizando técnicas específicas para este tipo de medição, apurou que o comparecimento real foi de 270000 manifestantes, e que apenas 65000 fizeram o percurso do começo ao fim. A Folha de S. Paulo, que publicou a informação, foi chamada de “homofóbica”. Alegou-se que o número verdadeiro não poderia ser divulgado, para não “estimular o preconceito” – mas com isso só se estimula a mentira. Qualquer artigo na imprensa que critique o homossexualismo é considerado “homofóbico”: insiste-se que sua publicação não deve ser protegida pela liberdade de expressão, pois “pregar o ódio é crime”. Mas se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for (Que comparação mais esdrúxula esta). Na verdade, não obriga ninguém a gosta de ninguém; apenas exige que todos respeitem os direitos dos outros.
Há mais prejuízo do que lucro, também, nas campanhas contra preconceitos imaginários e por direitos duvidosos. Homossexuais se consideram discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, hepatite ou cardiopatias. (Ao dizer isso, nosso saudoso repórter esta indo diretamente contra o que diz a ONU sobre a homossexualidade; ao relacionar doenças e homossexualidade ao fato de não poder doar sangue – o que não é verdade, pois homossexuais podem sim doar sangue – ele está deixando os homossexuais no mesmo hall dos diabéticos, por exemplo. E todos sabemos que a homossexualidade não é nenhuma doença) O mesmo acontece em relação ao casamento, um direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida matrimonial. (Na verdade não podem, visto que os “delinquentes” nunca aceitam a demonstração da homoafetividade). Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco. (Isso quer dizer que, se por algum acaso uma pessoa é “casada” e não gera filhos, ela não é casada de verdade, visto que o casamento tem como única finalidade propagar a espécie. Parabéns casais sem filhos, por opção ou por ser estéril, vocês não são uma família de verdade, segundo nosso amigo jornalista!) Há outros limites, bem óbvios. Um homem também não pode se casar com uma cabra (Veja outra comparação esdrúxula: comparando pessoas com animais...), por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode casar. Não pode se casar com a própria mãe, ou com uma irmã, filha, ou neta, e vice-versa. Não pode se casar com uma menor de 16 anos sem autorização dos pais, e se fizer sexo com uma menor de 14 anos estará cometendo um crime. Ninguém, nem os gays, acha que qualquer proibição dessas é um preconceito. Que discriminação haveria contra eles, então, se o casamento tem restrições para todos? Argumenta-se que o casamento gay serviria para garantir direitos de herança – mas não parece claro como poderiam ser criadas garantias que já existem. Homossexuais podem perfeitamente doar em testamento 50% dos seus bens a quem quiserem. Têm de respirar a “legítima”, que assegura a outra metade aos herdeiros naturais – mas essa obrigação é exatamente a mesma para qualquer cidadão brasileiro. Se não tiverem herdeiros protegidos pela “legítima”, poderão livremente doar 100% do seu patrimônio – ao parceiro, à Santa Casa de Misericórdia ou à Igreja do Evangelho Quadrangular. E daí?
A mais nociva de todas essas exigências, porém, é o esforço de transformar a “homofobia” em crime, conforme se discute atualmente no Congresso. Não há um único delito contra homossexuais que já não seja punido pela legislação penal existente hoje no Brasil. Como a invenção de um novo crime poderia aumentar a segurança dos gays, num país onde 90% dos homicídios nem sequer chegam a ser julgados? A “criminalização da homofobia” é uma postura primitiva do ponto de vista jurídico, aleijada na lógica e impossível de ser executada na prática. Um crime, antes de mais nada, tem de ser “tipificado” – ou seja, tem de ser descrito de forma absolutamente clara. Não existe “mais ou menos” no direito penal: ou se diz precisamente o que é um crime, ou não há crime. O artigo 121 do Código Penal, para citar um caso clássico, diz o que é um homicídio: “Matar alguém”. Como seria possível fazer algo parecido com a homofobia? Os principais defensores da “criminalização” já admitiram, por sinal, que pregar contra o homossexualismo nas igrejas não seria crime, para não baterem de frente com o princípio da liberdade religiosa. Dizem, apenas, que o delito estaria na promoção do “ódio”. Mas o que seria essa promoção? E como descrever em lei, claramente, um sentimento como o ódio? (Quem puder, leia a PL122)
Os gays já percorreram um imenso caminho para se libertar da selvageria com que foram tratados durante séculos e obter, enfim, os mesmos direitos dos demais cidadãos. Na iluminadíssima Inglaterra de 1895, o escritor Oscar Wilde purgou dois anos de trabalhos forçados por ser homossexual; sua vida e sua carreira foram destruídas. Na França de 1963, o cantor e compositor Charles Trenet foi condenado a um ano de prisão, pelo mesmo motivo. Nada lhe valeu ser um dos maiores nomes da música popular francesa, autor de mais de 1000 canções, muitas delas obras imortais como Douce France – uma espécie de segundo hino nacional de seu país. Wilde, Trenet e muitos outros foram homens de sorte – antes, na Europa do Renascimento, da cultura e da civilização, homossexuais iam direto para as fogueiras da Santa Madre Igreja. Essas barbaridades não foram eliminadas com paradas gay ou projetos de lei contra a homofobia, e sim pelo avanço natural das sociedades no caminho da liberdade. É por conta desses progressos que os homossexuais não precisam mais levar uma vida de terror, escondendo sua identidade para conseguir trabalho, prover o seu sustento e escapar às formas mais brutais de chantagem, discriminação e agressão. É por isso que se tornou possível aos gays, no Brasil e no mundo de hoje, realizar o que é a maior e a mais legítima ambição: a de serem julgados por seus méritos individuais, seja qual for a atividade que exerçam, e não por suas opções em matéria de sexo.
Perder o essencial de vista, e iludir-se com o secundário, raramente é uma boa ideia. (E desde quando lutar por seus direitos é algo secundário?)
Por que o empenho para eliminar a antipatia social em torno do homossexualismo rateia tanto assim? (Pelo mesmo fato de que a luta contra o racismo é algo passível de receber uma punição Legal) O mais provável é que esteja sendo aplicada aqui a Lei das Consequências Indesejadas, segundo as quais ações feitas em busca de um determinado produzido podem produzir resultados que ninguém queria obter, nem imaginava que pudessem ser obtidos. É a velha história do Projeto Apollo. Foi feito para levar o homem à Lua; acabou levando à descoberta da frigideira Tefal. (Na verdade o Tefal - Teflon+Alumínio - foi descoberto muito antes, na França, se não me engano em 1956.) A Lei das Consequências Indesejadas pode ser do bem ou do mal. É do bem quando os tais resultados que ninguém esperava são coisas boas, como aconteceu no Projeto Apollo: (Um péssimo exmplo, visto que não condiz com a realidade) o objetivo de colocar o homem na Lua foi alcançado – e ainda rendeu uma bela frigideira, além de conduzir a um monte de outras invenções provavelmente mais úteis que a própria viagem até lá. É do mal quando os efeitos não previstos são o contrário daquilo que se pretendia obter. No caso das atuais cruzadas em favor do estilo de vida gay, parece estar acontecendo mais o mal do que o bem. Em vez de gerar a paz, todo esse movimento ajuda a manter viva a animosidade; divide, quando deveria unir. O kit gay, por exemplo, pretendia ser um convite à harmonia – mas acabou ficando com toda a cara de ser um incentivo ao homossexualismo (bem, eu aprendi sobre a cultura indígena na escola, e nem por isso eu me tornei um índio. Assim como se aprende sobre o nazismo e nem por isso os estudantes, que são muitos, formam grupos nazistas), e só gerou reprovação. O fato é que, de tanto insistirem que os homossexuais devem ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos, ou como uma espécie ameaçada, a ser protegida por uma coleção cada vez maior de leis (Na verdade, tudo o que os homossexuais querem é poder sair na rua sem ser discriminado. É não ter o risco de perder o emprego – e eu conheço casos – pelo simples fato de serem gays. Eles lutam por ter o mesmo direito que todo heterossexual tem de sair de mãos dadas na rua sem levar uma pedrada ou uma paulada por isso), os patronos da causa gay tropeçam frequentemente na lógica – e se afastam, com isso, do seu objetivo central.
O primeiro problema sério quando se fala em “comunidade gay”é que a “comunidade gay” não existe – e também não existem, em consequência, o “movimento gay” ou suas lideranças. Como o restante da humanidade, os homossexuais, antes de qualquer outra coisa, são indivíduos. Têm opiniões, valores e personalidades diferentes. Adotam posições opostas em política, religião ou questões éticas. Votam em candidatos que se opõem. Podem ser a favor ou contra a pena de morte, as pesquisas com células-tronco ou a legalização do suicídio assistido. Aprovam ou desaprovam greves, o voto obrigatório ou o novo Código Florestal – e por aí se vai. Então por que, sendo tão distintos entre si próprios, deveriam ser tratados como um bloco só? (Se fossemos seguir à risca o que este sujeito diz, não haveria a comunidade negra, a comunidade judaica, a comunidade indígena ou a comunidade cristã, ou qualquer outra, pelo simples fato de que os integrantes dessas sociedades são indivíduos diferentes entre si, não podendo assim ser agregados, já que, por um pensar diferente do outro, não se pode viver em harmonia, não é mesmo?) Na verdade, a única coisa que têm em comum são suas preferências sexuais – mas isso não é suficiente para transformá-los num conjunto isolado da sociedade (assim como ser índio ou judeu não o faz parecido com os outros índios e judeus, porque vocês só tem esse substantivo em comum), da mesma forma como não vem ao caso falar em “comunidade heterossexual” para agrupar os indivíduos que preferem se unir a pessoas do sexo oposto. A tendência a olharem para si mesmos como uma classe à parte, na verdade, vai na direção exatamente oposta à sua principal aspiração – a de serem cidadãos idênticos a todos os demais.
Outra tentativa de considerar os gays como um grupo de pessoas especiais é a postura de seus porta-vozes quanto ao problema da violência. Imaginam-se mais vitimados pelo crime do que o resto da população: já se ouviu falar em “holocausto” para descrever a situação. Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas num país onde se cometem 50000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays: é a violência contra todos. Os homossexuais são vítimas de arrastões em prédios de apartamentos, sofrem sequestros-relâmpago, são assaltados nas ruas e podem ser mortos com um tiro na cabeça se fizerem gesto errado na hora do assalto – exatamente como ocorre a cada dia com os heterossexuais: o drama real, para todos, está no fato de viverem no Brasil. (Este argumento até faria algum sentido, se não fosse o caso de 300 pessoas mortas pelo simples fato de serem gays ter acontecido. 300 é um número bastante razoável de mortos, não é?) E as agressões gratuitas praticadas contra gays? Não há o sinal de que a imensa maioria da população aprove, e muito menos cometa, esses crimes: são fruto exclusivo da ação de delinquentes, não da sociedade brasileira (delinquentes esses que vêm de Bangladesh, de Madri, de Paris, de Berlim, etc).
Não há proveito algum para os homossexuais, igualmente, na facilidade cada vez maior com que se utiliza a palavra “homofobia”; em vez de significar apenas a raiva maligna diante do homossexualismo, como deveria, passou a designar com frequência tudo o que não agrada a entidades ou militantes da “causa gay”. Ainda no mês de junho, na última Parada Gay de São Paulo, os organizadores disseram que “4 milhões” de pessoas tinham participado da marcha – já o instituto de pesquisas Datafolha, utilizando técnicas específicas para este tipo de medição, apurou que o comparecimento real foi de 270000 manifestantes, e que apenas 65000 fizeram o percurso do começo ao fim. A Folha de S. Paulo, que publicou a informação, foi chamada de “homofóbica”. Alegou-se que o número verdadeiro não poderia ser divulgado, para não “estimular o preconceito” – mas com isso só se estimula a mentira. Qualquer artigo na imprensa que critique o homossexualismo é considerado “homofóbico”: insiste-se que sua publicação não deve ser protegida pela liberdade de expressão, pois “pregar o ódio é crime”. Mas se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for (Que comparação mais esdrúxula esta). Na verdade, não obriga ninguém a gosta de ninguém; apenas exige que todos respeitem os direitos dos outros.
Há mais prejuízo do que lucro, também, nas campanhas contra preconceitos imaginários e por direitos duvidosos. Homossexuais se consideram discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, hepatite ou cardiopatias. (Ao dizer isso, nosso saudoso repórter esta indo diretamente contra o que diz a ONU sobre a homossexualidade; ao relacionar doenças e homossexualidade ao fato de não poder doar sangue – o que não é verdade, pois homossexuais podem sim doar sangue – ele está deixando os homossexuais no mesmo hall dos diabéticos, por exemplo. E todos sabemos que a homossexualidade não é nenhuma doença) O mesmo acontece em relação ao casamento, um direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida matrimonial. (Na verdade não podem, visto que os “delinquentes” nunca aceitam a demonstração da homoafetividade). Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco. (Isso quer dizer que, se por algum acaso uma pessoa é “casada” e não gera filhos, ela não é casada de verdade, visto que o casamento tem como única finalidade propagar a espécie. Parabéns casais sem filhos, por opção ou por ser estéril, vocês não são uma família de verdade, segundo nosso amigo jornalista!) Há outros limites, bem óbvios. Um homem também não pode se casar com uma cabra (Veja outra comparação esdrúxula: comparando pessoas com animais...), por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode casar. Não pode se casar com a própria mãe, ou com uma irmã, filha, ou neta, e vice-versa. Não pode se casar com uma menor de 16 anos sem autorização dos pais, e se fizer sexo com uma menor de 14 anos estará cometendo um crime. Ninguém, nem os gays, acha que qualquer proibição dessas é um preconceito. Que discriminação haveria contra eles, então, se o casamento tem restrições para todos? Argumenta-se que o casamento gay serviria para garantir direitos de herança – mas não parece claro como poderiam ser criadas garantias que já existem. Homossexuais podem perfeitamente doar em testamento 50% dos seus bens a quem quiserem. Têm de respirar a “legítima”, que assegura a outra metade aos herdeiros naturais – mas essa obrigação é exatamente a mesma para qualquer cidadão brasileiro. Se não tiverem herdeiros protegidos pela “legítima”, poderão livremente doar 100% do seu patrimônio – ao parceiro, à Santa Casa de Misericórdia ou à Igreja do Evangelho Quadrangular. E daí?
A mais nociva de todas essas exigências, porém, é o esforço de transformar a “homofobia” em crime, conforme se discute atualmente no Congresso. Não há um único delito contra homossexuais que já não seja punido pela legislação penal existente hoje no Brasil. Como a invenção de um novo crime poderia aumentar a segurança dos gays, num país onde 90% dos homicídios nem sequer chegam a ser julgados? A “criminalização da homofobia” é uma postura primitiva do ponto de vista jurídico, aleijada na lógica e impossível de ser executada na prática. Um crime, antes de mais nada, tem de ser “tipificado” – ou seja, tem de ser descrito de forma absolutamente clara. Não existe “mais ou menos” no direito penal: ou se diz precisamente o que é um crime, ou não há crime. O artigo 121 do Código Penal, para citar um caso clássico, diz o que é um homicídio: “Matar alguém”. Como seria possível fazer algo parecido com a homofobia? Os principais defensores da “criminalização” já admitiram, por sinal, que pregar contra o homossexualismo nas igrejas não seria crime, para não baterem de frente com o princípio da liberdade religiosa. Dizem, apenas, que o delito estaria na promoção do “ódio”. Mas o que seria essa promoção? E como descrever em lei, claramente, um sentimento como o ódio? (Quem puder, leia a PL122)
Os gays já percorreram um imenso caminho para se libertar da selvageria com que foram tratados durante séculos e obter, enfim, os mesmos direitos dos demais cidadãos. Na iluminadíssima Inglaterra de 1895, o escritor Oscar Wilde purgou dois anos de trabalhos forçados por ser homossexual; sua vida e sua carreira foram destruídas. Na França de 1963, o cantor e compositor Charles Trenet foi condenado a um ano de prisão, pelo mesmo motivo. Nada lhe valeu ser um dos maiores nomes da música popular francesa, autor de mais de 1000 canções, muitas delas obras imortais como Douce France – uma espécie de segundo hino nacional de seu país. Wilde, Trenet e muitos outros foram homens de sorte – antes, na Europa do Renascimento, da cultura e da civilização, homossexuais iam direto para as fogueiras da Santa Madre Igreja. Essas barbaridades não foram eliminadas com paradas gay ou projetos de lei contra a homofobia, e sim pelo avanço natural das sociedades no caminho da liberdade. É por conta desses progressos que os homossexuais não precisam mais levar uma vida de terror, escondendo sua identidade para conseguir trabalho, prover o seu sustento e escapar às formas mais brutais de chantagem, discriminação e agressão. É por isso que se tornou possível aos gays, no Brasil e no mundo de hoje, realizar o que é a maior e a mais legítima ambição: a de serem julgados por seus méritos individuais, seja qual for a atividade que exerçam, e não por suas opções em matéria de sexo.
Perder o essencial de vista, e iludir-se com o secundário, raramente é uma boa ideia. (E desde quando lutar por seus direitos é algo secundário?)
Enfim, gostaria que,
antes de fechar isso, você que está lendo fizesse duas coisas: a primeira, é
trocar todas as palavras gay, homossexual ou algo do tipo por NEGRO. Leia o
texto novamente e diga se você realmente concorda com tudo isso. A segunda, é
que pare para pensar em como é fácil falar sobre direitos, quando você tem
todos os seus assegurados e protegidos.
XXX
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