A metodologia científica foi pela
primeira vez descrita, ou proposta, por Renné Descartes em seu livro Discurso do Método, onde propunha que
para que se chegasse à verdade, era preciso decompor o objeto de estudo em
pequenas partes, ou seja, através da dúvida sistemática. Além disso, a
imparcialidade e a objetividade do pesquisador também foram postuladas por
Descartes nesta mesma obra, assim como a necessidade de que o estudo científico
seja documentado para que se torne passível de re-análise, reprodução e
verificação da confiabilidade dos resultados por outros pesquisadores. Contudo,
em se tratando da objetividade da pesquisa, não se aplica às ciências humanas
ou sociais, onde a subjetividade do pesquisador é fundamental para o
desenvolvimento da pesquisa. A necessidade de verificação e o método indutivo
(raciocínio que pressupõe que, uma verdade geral pode ser obtida após análise
suficiente de casos particulares) foram posteriormente adicionados por Francis
Bacon e pelo Círculo de Viena ao método proposto por Descartes. Depois de terem
sido estas ideias integradas à metodologia científica, Karl Popper demonstrou
que ambas não conduziriam de modo plenamente imparcial as pesquisas
científicas, ou seja, segundo Popper o cientista deveria, antes de qualquer
coisa, trabalhar com a falseabilidade (procurar evidências que vão contra a sua
hipótese, e não apenas aquelas que a sustentem). Atualmente, o filósofo e
sociólogo francês Edgar Morin propôs uma nova forma de aplicação do método
científico descrita primeiramente por Descartes (que propunha a divisão do
objeto de estudo em várias partes): a Teoria da Complexidade sugere que se
analise o objeto de estudo como um todo, isto é, em sua totalidade. A estrutura
do método cientifico descrita por Descartes apresenta a seguinte “forma”:
observação, hipótese, experimento e lei; isto é, esta é a forma como Descartes
achava ser necessário fazer uma pesquisa científica. Contudo, não existe
nenhuma receita que deve ser seguida em todas as pesquisas, cada pesquisador
trabalhará segundo a sua própria experiência.
Partindo agora aos aspectos da
metodologia científica, podemos dizer que são vários:
1)
Observação: pode utilizar-se de instrumentos
que facilitem-na, ou pode ser feita a olho nu, devendo, entretanto, ser
sistemática para obter resultados condizentes à realidade;
2) Descrição: os experimentos utilizados para
comprovar as hipóteses devem ser replicáveis;
3) Previsão: as hipóteses devem ser perenes
(válidas para observações no passado, presente e futuro);
4) Controle: utilizar-se de técnicas que
permitam descartar as variáveis passíveis de camuflar ou modificar os
resultados da experiência;
5) Falseabilidade: todas as hipóteses devem ser
passíveis de teste, podendo, por isto, ser falseáveis ou refutáveis. Isto é, ela
deve ser proposta em uma forma que a permita atribuir-se a ela ambos os valores
lógicos, falso e verdadeiro, de forma que se ela realmente for falsa, a
contradição com os fatos ou contradições internas com a teoria venha a
demonstrá-lo;
6)
Causalidade: as hipóteses devem apresentar
uma causa para que ocorra o fenômeno estudado.
Em linhas gerais, pode-se dizer que o
método científico é a aplicação da lógica na ciência. De uma maneira mais
abrangente, o método científico é um grupo de normas que devem ser seguidas
tanto para a produção de novos conhecimentos quanto para a renovação de
conhecimentos, e que na maioria das vezes incide sobre o agrupamento de
evidências empíricas, que tenham alguma comprovação sensorial, e ao mesmo tempo
verificáveis. Além disso, estas evidências devem ser passíveis de análise
lógica. São essas normas seguidas pela ciência que diferenciam o método
científico de métodos de outras áreas do conhecimento, como o método
matemático, o método religioso e o método filosófico, estes últimos, por
exemplo, não necessitam de evidências empíricas para corroborarem suas teorias.
Observa-se igualmente que o método científico consiste na coleta de dados
através de observação e experimentação, bem como na formulação e teste de
hipóteses.
BIBLIOGRAFIA E LITERATURA RECOMENDADA:
Obviamente não foi dito tudo sobre o
método científico neste pequeno texto, mas àqueles que interessarem deixo
alguns livros que foram utilizados durante a pesquisa para este material:
·
DESCARTES,
René. Discurso do método. Tradução, prefácio e notas de João Cruz Costa. São
Paulo: Ed de Ouro, 1970.
·
GRIFFITHS, David J. Introduction to Quantum Mechanics.
Printice Hall, 1994.
·
HAWKING,
Stephen. Uma breve história do tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.
·
MINAYO,
Maria Cecília de Souza (Org.); DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu.
Pesquisa social, teoria método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
·
SINGH,
Simon. Big Bang. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2006.
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