domingo, 23 de junho de 2013

A Famosa Olhadinha

 
 
 
O assunto de hoje pode, num primeiro momento, interessar apenas aos homens: vou falar não só de peitos (sim, peitos: seios, mamas, tetas, etc), como também vou falar de bundas (isso mesmo, bundas, o traseiro, as nádegas, os glúteos, o lombo, as curvas da estrada para o Inferno). Mas após algumas breves explicações, pode ser que o assunto interesse às minhas queridas leitoras – mas por que os homens (nós homens) gostamos tanto de peitos, bundas e tudo o que lembra peitos e bundas? Você, leitor, já parou para pensar a respeito? Pois é: a maioria das pessoas simplesmente nunca parou para pensar nisso, seguindo apenas o velho e conhecido hábito de dar uma viradinha e arquear as sobrancelhas ironicamente – o costume que atravessa gerações e que tanto ofende nossas belas mulheres. E você mulher, já parou para pensar que isso pode ser um ato até (por incrível que pareça) involuntário? Pois é: mais perguntas sendo formadas, e estamos aqui para (tentar) respondê-las. Mas para isso eu vou precisar voltar um pouco no tempo – 3,5 milhões de anos para ser mais exato – e pegar como objeto de estudo um exemplar do sexo feminino do Australopithecus Afarensis chamada Lucy, uma velha prima nossa, uma das primeiras da espécie que um dia se tornaria o ser humano.
 
 
Nossa história começa quando, num dia de primavera Lucy entra no cio e desce da copa da árvore em que vivia para poder acasalar. A diferença entre Lucy e uma mulher de hoje em dia (além, é claro, da aparência física), é que nossa prima distante tinha a vagina mais próxima do ânus, o que a permitia fazer apenas um tipo de posição sexual – o “cachorrinho”, ou seja, Lucy só podia acasalar ficando de quatro. Por conta disso, quando entrava no cio e descia do topo da árvore, Lucy simplesmente abria as pernas e ficava à espera de machos para realizar o ato. Como nessa época a genitália dos Australopithecus ficava mais atrás, os feromônios eram liberados com mais facilidade e o cheiro (de bacalhau) se espalhava pela savana inteira, atraindo machos de vários lugares diferentes. Estando de costas, Lucy não conseguia ver os machos que atraía, ficando apenas exposta para a cópula – não importando o número de cópulas, o importante era ‘chegar lá’.
 
‘Chegando lá’, grávida, Lucy voltava para o topo das árvores, tinha seus filhotes e vivia a vida, até o próximo cio, onde descia novamente e expunha a genitália. Acontece que Lucy deu lugar à suas filhas, que deram lugar à suas próprias filhas que seguiram seu exemplo. Isso até aproximadamente 2,5 milhões de anos atrás, quando já havíamos evoluído para outra espécie, o Homo Habilis. E durante este processo, o canal vaginal migrou do traseiro para o meio das pernas. Com esta migração, a posição usada até então – o cachorrinho – ficava mais difícil de ser realizada; e isso resultou em duas coisas. A primeira delas foi a posição ‘papai e mamãe’ – um por cima do outro; e a segunda é mais interessante para o tema deste texto no momento: com a genitália entre as pernas, as fêmeas passam a perder os pelos que tinham pelo corpo, esses pelos migrarão para a região púbica, justamente como fez o canal vaginal. Como a genitália foi para o meio das pernas, o feromônio, ou seja, o cheiro que atraía os machos, acabou ficando abafado, não tendo tanto lugar por onde sair; isso fez com que esse mesmo feromônio saísse principalmente pelos lugares onde os poros femininos são mais dilatados (abertos). E esses lugares são:
Tchantchantchantchan!!!!!!
Os seios e a bunda!
Este cheiro que é mais suave do que o de Lucy, mas que ainda trai os machos, sai por esses dois lugares, e é por isso, por uma espécie de instinto que permanece “semi-adormecido” nos machos, que sempre que passa uma mulher os homens dão aquela famosa olhadinha.
 
 
 
 
Agora vem a minha opinião: certo, ok, agora muitos usarão essa desculpa pra se justificar quando for pego em flagrante. Porém, se formos seguir à risca tudo o que foi dito, não é apenas para bundas saradas e empinadas que os homens devem olhar, mas sim para todas as bundas – afinal, bunda é bunda, e pronto. Portanto, sim, há raízes biológicas neste fenômeno da olhadinha, mas isso não justifica a safadeza alheia.
E tenho dito ;)

 
 

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