O assunto de hoje pode, num
primeiro momento, interessar apenas aos homens: vou falar não só de peitos
(sim, peitos: seios, mamas, tetas, etc), como também vou falar de bundas (isso
mesmo, bundas, o traseiro, as nádegas, os glúteos, o lombo, as curvas da estrada
para o Inferno). Mas após algumas breves explicações, pode ser que o assunto
interesse às minhas queridas leitoras – mas por que os homens (nós homens)
gostamos tanto de peitos, bundas e tudo o que lembra peitos e bundas? Você,
leitor, já parou para pensar a respeito? Pois é: a maioria das pessoas
simplesmente nunca parou para pensar nisso, seguindo apenas o velho e conhecido
hábito de dar uma viradinha e arquear as sobrancelhas ironicamente – o costume
que atravessa gerações e que tanto ofende nossas belas mulheres. E você mulher,
já parou para pensar que isso pode ser um ato até (por incrível que pareça)
involuntário? Pois é: mais perguntas sendo formadas, e estamos aqui para
(tentar) respondê-las. Mas para isso eu vou precisar voltar um pouco no tempo –
3,5 milhões de anos para ser mais exato – e pegar como objeto de estudo um
exemplar do sexo feminino do Australopithecus Afarensis chamada Lucy, uma velha
prima nossa, uma das primeiras da espécie que um dia se tornaria o ser humano.
Nossa história começa quando, num
dia de primavera Lucy entra no cio e desce da copa da árvore em que vivia para
poder acasalar. A diferença entre Lucy e uma mulher de hoje em dia (além, é
claro, da aparência física), é que nossa prima distante tinha a vagina mais próxima
do ânus, o que a permitia fazer apenas um tipo de posição sexual – o
“cachorrinho”, ou seja, Lucy só podia acasalar ficando de quatro. Por conta
disso, quando entrava no cio e descia do topo da árvore, Lucy simplesmente
abria as pernas e ficava à espera de machos para realizar o ato. Como nessa
época a genitália dos Australopithecus ficava mais atrás, os feromônios eram
liberados com mais facilidade e o cheiro (de bacalhau) se espalhava pela
savana inteira, atraindo machos de vários lugares diferentes. Estando de
costas, Lucy não conseguia ver os machos que atraía, ficando apenas exposta
para a cópula – não importando o número de cópulas, o importante era ‘chegar
lá’.
‘Chegando lá’, grávida, Lucy
voltava para o topo das árvores, tinha seus filhotes e vivia a vida, até o
próximo cio, onde descia novamente e expunha a genitália. Acontece que Lucy deu
lugar à suas filhas, que deram lugar à suas próprias filhas que seguiram seu
exemplo. Isso até aproximadamente 2,5 milhões de anos atrás, quando já havíamos
evoluído para outra espécie, o Homo Habilis. E durante este processo, o canal
vaginal migrou do traseiro para o meio das pernas. Com esta migração, a posição
usada até então – o cachorrinho – ficava mais difícil de ser realizada; e isso
resultou em duas coisas. A primeira delas foi a posição ‘papai e mamãe’ – um
por cima do outro; e a segunda é mais interessante para o tema deste texto no
momento: com a genitália entre as pernas, as fêmeas passam a perder os pelos
que tinham pelo corpo, esses pelos migrarão para a região púbica, justamente
como fez o canal vaginal. Como a genitália foi para o meio das pernas, o
feromônio, ou seja, o cheiro que atraía os machos, acabou ficando abafado, não
tendo tanto lugar por onde sair; isso fez com que esse mesmo feromônio saísse
principalmente pelos lugares onde os poros femininos são mais dilatados
(abertos). E esses lugares são:
Tchantchantchantchan!!!!!!
Os seios e a bunda!
Este cheiro que é mais suave do
que o de Lucy, mas que ainda trai os machos, sai por esses dois lugares, e é
por isso, por uma espécie de instinto que permanece “semi-adormecido” nos
machos, que sempre que passa uma mulher os homens dão aquela famosa olhadinha.
Agora vem a minha opinião: certo,
ok, agora muitos usarão essa desculpa pra se justificar quando for pego em
flagrante. Porém, se formos seguir à risca tudo o que foi dito, não é apenas
para bundas saradas e empinadas que os homens devem olhar, mas sim para todas
as bundas – afinal, bunda é bunda, e pronto. Portanto, sim, há raízes biológicas
neste fenômeno da olhadinha, mas isso não justifica a safadeza alheia.
E tenho dito ;)